Elie Horn: O bilionário filantropo: Uma jornada de sucesso e generosidade

Introdução:

Elie Horn é um nome que se destaca no universo dos negócios e da filantropia no Brasil. Fundador da Cyrela Brazil Realty, uma das maiores incorporadoras imobiliárias da América Latina, Horn se tornou um dos empresários mais bem-sucedidos do país, com uma trajetória marcada pela inovação, determinação e altruísmo. Ele não apenas transformou o mercado imobiliário, mas também se tornou referência em ações filantrópicas, destinando uma parcela significativa de sua fortuna a causas sociais.

Neste artigo, exploraremos a vida e a carreira de Elie Horn, desde sua infância difícil na Síria até sua ascensão como um dos maiores empresários e filantropos do Brasil, incluindo curiosidades e marcos importantes ao longo do caminho.

1. Início da Vida: Das Dificuldades na Síria à Imigração para o Brasil

Elie Horn nasceu em 1944, na cidade de Alepo, na Síria, em uma família judia de oito irmãos. Embora Alepo fosse um centro histórico e cultural importante no Oriente Médio, a vida para os Horn não era fácil. Em busca de melhores condições, sua família se mudou para o Líbano quando Elie tinha apenas seis meses de idade. A família sobreviveu com o trabalho na indústria têxtil, uma ocupação que garantiria estabilidade temporária. No entanto, após uma falência, os Horn se viram novamente sem alternativas e decidiram recomeçar no Brasil.

Aos 11 anos, Elie chegou ao Brasil com sua mãe e quatro irmãos, após uma viagem de semanas em uma cabine de terceira classe de um navio transatlântico. Seu pai e um dos irmãos mais velhos já haviam se estabelecido em São Paulo, onde começaram a reconstruir a vida da família.

A infância e a adolescência de Horn no Brasil não foram fáceis. Para ajudar nas finanças da casa, começou a vender goma-laca (uma resina usada em acabamentos) de porta em porta. Esse trabalho permitiu que ele comprasse seu primeiro terno, um marco pessoal importante, já que, até então, usava apenas roupas reaproveitadas dos irmãos mais velhos.

2. Os Primeiros Passos nos Negócios Imobiliários

Aos 19 anos, Elie Horn entrou no ramo imobiliário ao lado de seu irmão Joe, que já atuava no setor. Ele começou como funcionário, sendo responsável por encontrar imóveis para compra e venda. Sua função era identificar boas oportunidades de negócio, uma habilidade que, ao longo do tempo, se transformaria em uma de suas maiores forças.

Logo no início de sua carreira, Elie Horn demonstrou uma capacidade ímpar para fazer negócios com poucos recursos. Seu método envolvia a compra de imóveis sem ter o dinheiro em mãos, negociando com os proprietários prazos para quitar as parcelas. A estratégia era arriscada: Horn tinha que vender o imóvel a um terceiro, geralmente à vista, antes que a primeira parcela vencesse, garantindo assim o capital necessário para quitar a compra original. Essa prática ousada se provou bem-sucedida e abriu o caminho para sua entrada no setor de construção e incorporação imobiliária.

3. A Fundação da Cyrela

Foi com essa abordagem que, em 1962, Elie Horn fundou a Cyrela Brazil Realty. A empresa começou de maneira modesta, comprando, reformando e revendendo imóveis, mas rapidamente cresceu e se consolidou como uma das mais respeitadas incorporadoras do Brasil.

A década de 1970 foi um período de grande transformação para a Cyrela. A empresa expandiu suas atividades, passando da simples compra e venda de imóveis para a construção de prédios residenciais. Essa mudança estratégica permitiu à Cyrela não só aumentar sua participação no mercado, mas também diversificar seus negócios, entrando em novos segmentos, como o de edifícios comerciais e shoppings.

Durante esse período, o Brasil enfrentava crises econômicas e inflação galopante, mas Horn se adaptou às mudanças e continuou expandindo a empresa. Uma das grandes sacadas do empresário foi sua entrada no mercado de alto luxo na década de 1990, ao criar a marca Brazil Realty, que focava em empreendimentos de alto padrão.

4. O Crescimento e a Expansão da Cyrela

Nos anos 1990, Elie Horn levou a Cyrela a uma nova fase de expansão. A empresa passou a desenvolver grandes projetos em diversas cidades do Brasil e, com a joint-venture firmada com a empresa argentina Irsa, que contava com o bilionário George Soros como principal investidor, a Cyrela entrou no mercado de imóveis comerciais e de luxo.

O primeiro IPO (Oferta Pública Inicial) da empresa aconteceu em 2005, marcando o início de uma das fases de maior expansão geográfica da Cyrela. Com os recursos captados, a empresa abriu novos empreendimentos em mais de 120 cidades, expandindo suas operações para regiões onde ainda não tinha presença significativa. No entanto, a tentativa de replicar o sucesso de São Paulo em outros mercados regionais não foi tão bem-sucedida, e a crise econômica de 2008 forçou a empresa a reduzir seu portfólio e reavaliar sua estratégia de expansão.

Mesmo com os desafios impostos pela crise, a Cyrela continuou se destacando no mercado de incorporação imobiliária. A estratégia de Horn, voltada para a construção de imóveis de luxo e comerciais, permitiu à empresa se consolidar como uma das maiores e mais respeitadas incorporadoras da América Latina.

5. O Diagnóstico de Parkinson e a Sucessão Familiar

Em 2012, Elie Horn recebeu o diagnóstico de Parkinson, uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso. Esse diagnóstico o fez reavaliar sua posição na Cyrela e planejar uma sucessão adequada. Inicialmente, ele considerou contratar executivos de fora da empresa, mas acabou optando por manter a liderança dentro da família.

Horn passou o comando da Cyrela para seus dois filhos, Efraim e Raphael Horn, que assumiram a presidência da empresa. Ele continuou a atuar como presidente do conselho de administração, mas passou a dedicar mais tempo a suas iniciativas filantrópicas, uma de suas grandes paixões.

6. Filantropia: A Jornada pelo Bem Maior

A filantropia é uma parte central da vida de Elie Horn. Inspirado pelo exemplo de seu pai, que doou tudo o que tinha antes de morrer, Horn sempre acreditou que o sucesso financeiro vem acompanhado de uma responsabilidade social. Sua filosofia de vida é profundamente influenciada por sua fé no judaísmo ortodoxo, que o leva a acreditar que fazer o bem é uma missão divina.

Em 2015, Elie Horn se tornou o primeiro brasileiro a aderir ao The Giving Pledge, uma iniciativa criada por Bill Gates e Warren Buffett que convida bilionários a doar pelo menos 50% de suas fortunas para causas filantrópicas. Horn foi além, prometendo doar 60% de sua fortuna. Na época, sua riqueza era estimada em US$ 1,3 bilhão, colocando-o na lista das pessoas mais ricas do Brasil.

O compromisso de Elie Horn com a filantropia se reflete em suas ações concretas. Ele criou o Instituto Cyrela, que recebe 1% dos lucros da empresa para investir em projetos sociais. Além disso, fundou a organização Liberta, voltada para o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.

Em 2018, Horn deu um passo ainda maior ao criar o Movimento Bem Maior, uma iniciativa que reúne empresários como Rubens Menin (da MRV) e Luciano Huck para promover a filantropia e apoiar projetos em áreas como educação, saúde e saneamento. O movimento já apoia mais de 70 projetos em todo o país, com o objetivo de transformar a vida de milhares de brasileiros.

7. Curiosidades sobre Elie Horn e a Cyrela

• Primeiro negócio imobiliário: Elie Horn começou sua carreira comprando imóveis sem ter o dinheiro necessário para pagá-los, contando com sua habilidade de vendê-los rapidamente antes que as prestações vencessem.
• IPO da Cyrela: A abertura de capital da Cyrela em 2005 levantou quase R$ 1 bilhão, consolidando a empresa como uma das maiores incorporadoras do Brasil.
• Doação para filantropia: Horn foi o primeiro brasileiro a aderir ao The Giving Pledge, comprometendo-se a doar 60% de sua fortuna para causas sociais.
• Movimento Bem Maior: Fundado por Horn em 2018, o movimento apoia mais de 70 projetos sociais em 17 áreas de atuação, como educação, saúde e sustentabilidade.
• Trabalho de porta em porta: No início de sua carreira, Horn vendia goma-laca de porta em porta para ajudar sua família a se estabelecer no Brasil.

8. O Legado de Elie Horn

Elie Horn construiu um legado que vai muito além do sucesso empresarial. Sua visão estratégica, sua capacidade de adaptação e seu compromisso com o bem-estar social fazem dele um exemplo de empreendedor e filantropo. Hoje, aos 80 anos, Horn continua ativo, tanto nos negócios quanto em suas iniciativas de caridade.

Ele é um dos poucos empresários brasileiros que falam abertamente sobre a necessidade de taxar grandes fortunas e heranças, defendendo que os mais ricos têm uma obrigação moral de ajudar os mais pobres. Seu trabalho com o Movimento Bem Maior e outras iniciativas filantrópicas reflete seu compromisso em usar sua riqueza para fazer o bem, um princípio que orienta sua vida.

Apesar de ter se afastado da gestão diária da Cyrela, Elie Horn permanece como uma figura influente no mercado imobiliário e na sociedade brasileira. Seu legado é duplo: por um lado, como o fundador de uma das maiores incorporadoras da América Latina; por outro, como um dos maiores filantropos do país, dedicado a melhorar a vida de milhares de pessoas.

9. Conclusão: Um Exemplo de Sucesso e Altruísmo

Elie Horn é um exemplo de como o sucesso financeiro pode ser utilizado para gerar um impacto positivo na sociedade. Sua trajetória, marcada por desafios, superações e conquistas, serve de inspiração para empresários e empreendedores em todo o mundo. Mais do que um empresário de sucesso, Horn é um filantropo comprometido com o bem-estar social, sempre em busca de novas maneiras de transformar a vida das pessoas ao seu redor.

Com uma carreira de mais de cinco décadas, Horn se consolidou como um dos maiores nomes do setor imobiliário brasileiro, e seu trabalho no campo da filantropia continua a influenciar e inspirar outros empresários a fazerem o mesmo. Seu lema, “tentar fazer o bem”, resume sua visão de mundo e sua missão de vida, um compromisso que ele mantém até hoje.